Como a judicialização na saúde afeta profissionais do ramo?

A judicialização na saúde impacta cada vez mais os profissionais do setor. Saiba como reduzir riscos fiscais diante desse cenário desafiador.

A judicialização na saúde torna-se cada vez mais um desafio para médicos, gestores de clínicas e instituições de saúde. Esse fenômeno, que envolve a intervenção judicial para garantir tratamentos ou medicamentos, afeta diretamente as finanças e a organização dos profissionais do setor. 

Diante desse cenário, torna-se essencial adotar um planejamento estratégico que minimize riscos e garanta a sustentabilidade do negócio. Desse modo, uma gestão eficiente e uma abordagem contábil robusta são indispensáveis para enfrentar os impactos causados pelas demandas judiciais e cumprir todas as exigências legais e fiscais.

Como ocorreu o crescimento da judicialização na saúde no Brasil?

Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento expressivo no número de processos judiciais relacionados à saúde. Entre 2008 e 2017, houve um crescimento de 130% nas demandas judiciais nessa área, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Esse incremento reflete a busca dos cidadãos por acesso a tratamentos e medicamentos não fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde privados.

Em 2020, tramitavam mais de 520 mil processos judiciais referentes à saúde na Justiça brasileira. Esse cenário evidencia a crescente pressão sobre o sistema judiciário e os profissionais de saúde, que precisam lidar com as implicações dessas decisões em sua prática diária.

Quais são os impactos diretos da judicialização na saúde?

A judicialização na saúde ocorre quando pacientes recorrem à justiça para acessar tratamentos, exames ou medicamentos que consideram necessários, mas que não são oferecidos pelo sistema de saúde ou pelos planos contratados. 

Esse aumento nas demandas judiciais causa uma sobrecarga tanto no sistema público quanto no privado, gerando desafios adicionais para os profissionais de saúde.

Para médicos e gestores de clínicas, as consequências diretas incluem:

  • Reorganização dos serviços para atender às determinações judiciais, muitas vezes sem cobertura financeira adequada;
  • Riscos à reputação profissional, em casos de litígios que envolvem a prestação de serviços médicos;
  • Comprometimento do planejamento fiscal e contábil.

Profissionais que atuam como médico PJ ou gestores de clínicas registradas no CNES enfrentam ainda mais desafios, pois precisam alinhar obrigações fiscais complexas às demandas judiciais, o que exige uma gestão altamente estruturada.

Como a judicialização na saúde afeta a reputação profissional?

Outro ponto importante é o impacto que a judicialização pode ter na imagem dos profissionais de saúde. Processos judiciais, mesmo que infundados, podem gerar questionamentos públicos ou entre pacientes, afetando a confiança no trabalho realizado.

A fim de mitigar esses riscos, é essencial adotar medidas preventivas, como:

  • Manter uma comunicação clara e transparente com os pacientes sobre tratamentos e custos;
  • Garantir que todos os contratos e documentações estejam atualizados e formalizados;
  • Buscar suporte jurídico preventivo para evitar ações desnecessárias.

Com essas práticas, médicos e gestores podem não apenas proteger sua reputação, mas também criar um ambiente de confiança e segurança para os pacientes.

Como as regulamentações da ANS afetam a judicialização?

A ANS desempenha um papel crucial no contexto da judicialização na saúde, principalmente no que diz respeito às normas aplicáveis aos planos de saúde. Para as clínicas e profissionais que atuam diretamente com operadoras, o descumprimento de regulamentações pode resultar em multas ou processos judiciais.

Portanto, é fundamental:

  • Manter-se atualizado sobre as resoluções normativas da ANS;
  • Estabelecer controles internos que assegurem o cumprimento das obrigações contratuais;

Com isso, é possível reduzir a exposição a riscos judiciais e garantir maior estabilidade para o negócio.

Quais são as principais obrigações fiscais no contexto da judicialização?

A judicialização também aumenta a complexidade na gestão de deveres fiscais para profissionais do setor de saúde. Por exemplo, médicos que atuam como pessoa jurídica têm obrigações adicionais que precisam ser consideradas, como o envio da Dmed, a escolha do tipo jurídico adequado e a adesão às normas da ANS.

Sob o mesmo ponto de vista, essas obrigações incluem:

  • Registro e declaração precisa dos serviços prestados, para evitar questionamentos fiscais;
  • Controle das despesas e receitas de forma detalhada, permitindo uma apuração correta dos impostos;
  • Cumprimento rigoroso dos prazos legais, para evitar multas e sanções.

A falta de conformidade com essas exigências pode agravar os impactos financeiros da judicialização, comprometendo, dessa forma, a viabilidade do negócio.

Como o planejamento contábil auxilia na gestão de riscos?

Um planejamento contábil bem estruturado é a base para lidar com os desafios trazidos pela judicialização na saúde. Uma vez que ele proporciona uma visão clara das finanças, é possível prever os impactos de possíveis litígios, otimizando o uso dos recursos.

Entre as principais vantagens do planejamento contábil estão:

  • Previsão de despesas extras decorrentes de decisões judiciais;
  • Identificação de oportunidades para reduzir impostos por meio de incentivos fiscais e benefícios disponíveis ao setor;
  • Proteção do patrimônio pessoal dos médicos e gestores, principalmente em casos de litígios envolvendo clínicas registradas no CNES.

Estratégias para otimizar a gestão fiscal e contábil

A otimização fiscal é um dos pilares para minimizar os impactos financeiros da judicialização na saúde, visto que essa abordagem busca identificar maneiras legais de reduzir a carga tributária e melhorar a eficiência financeira dos profissionais do setor.

Algumas estratégias práticas incluem:

  • Revisão dos modelos de tributação para garantir que o profissional esteja enquadrado no regime mais vantajoso;
  • Utilização de softwares de gestão para monitorar despesas, receitas e obrigações fiscais em tempo real;
  • Realização de auditorias periódicas, a fim de identificar possíveis inconsistências ou oportunidades de economia.

Qual é a importância do BPO jurídico no setor de saúde?

O aumento das demandas judiciais também destaca a necessidade de soluções mais eficientes para a gestão de questões legais. Nesse sentido, o BPO jurídico tem se mostrado uma ferramenta valiosa para profissionais da saúde.

O BPO jurídico oferece benefícios como:

  • Redução de custos operacionais relacionados à gestão de processos judiciais;
  • Agilidade no atendimento a demandas judiciais, evitando prejuízos financeiros e administrativos;
  • Conformidade com as regulamentações vigentes, assegurando que as obrigações legais sejam cumpridas corretamente.

Por meio dessa terceirização, médicos e gestores podem se concentrar em suas atividades principais, enquanto especialistas cuidam das questões legais e administrativas.

Precisa de ajuda especializada?

A adoção de práticas como planejamento contábil, otimização fiscal e terceirização jurídica pode fazer toda a diferença na mitigação de riscos causados pela judicialização na saúde. 

A Plane Assessoria Contábil, com mais de 20 anos de experiência, oferece soluções completas e personalizadas para médicos, clínicas e gestores da área de saúde. 

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